A data de 11 de novembro de 2018 assinalou o aniversário do primeiro centenário do final da 1ª Guerra Mundial. Nenhuma guerra é justa, porém, e especialmente esta guerra abriu o caminho, gradativamente, os eventos que culminaram numa das maiores catástrofes sofridas pelo povo judeu: o Holocausto.
Vamos aos fatos!
Soldados judeus comemorando a Festa de Chanuká
A derrota alemã marcada pela assinatura do Armistício de Compiègne, em 1918, na França, determinou o fim das hostilidades entre o país e as tropas aliadas e, no ano seguinte, a assinatura do Tratado de Versalhes, também na França, que, ratificando o acordo anterior, deixou a Alemanha num caos econômico e social.
Basicamente, o Tratado de Versalhes impunha à Alemanha as seguintes condições:
1. A redução drástica de seu exército.
2. A devolução de parte de seu território a países fronteiriços.
3. O reconhecimento da independência da Áustria.
4. O pagamento de pesadas multas aos países vencedores da guerra.
As condições desfavoráveis deste Tratado à Alemanha, foi classificado pelos alemães de diktat, uma imposição, e fizeram brotar na população um sentimento de injustiça e humilhação.
Alheios à contribuição dos judeus nos fronts de guerra e ao engajamento dos mesmos na reconstrução do país, os alemães acusaram os judeus pelos males da guerra e do pós-guerra. Circulava na sociedade a "lenda da punhalada pelas costas", um mito criado no final da 1ª Guerra para "justificar" a derrota e o fiasco alemão. Segundo versava a lenda, o exército alemão permaneceu invicto no campo de batalha, até ser "apunhalado pelas costas por oposicionistas apátridas" - os judeus.
A propaganda maldosa surtiu efeito e sentimentos antissemitas se revelaram na prática.
Charge antissemita do mito da "punhalada pelas costas"
A política foi profundamente afetada pelo sentimento antijudaico, que imperava na época, o que fomentou o aparecimento de partidos radicais antissemitas, entre eles, o Partido Socialista dos Trabalhadores Alemães, o NSDAP, que, posteriormente, foi chamado de Názi, de Nazional, em referência às duas primeiras sílabas da primeira palavra da sigla.
Em linhas gerais, o Partido Názi (ista) preconizava o resgate das fronteiras perdidas na guerra e o ideal da Grande Alemanha. Ele excluía, terminantemente, os judeus como cidadãos do país. Já em 1920, uma das plataformas do Partido pregava que "ninguém que não seja membro da nação pode ser cidadão do Estado" - esse "ninguém" incluía sobretudo os judeus.
O referido Partido, que nos primórdios era "nanico", registrou um rápido crescimento, com a adesão de novos correligionários. O austríaco Adolf Hitler, sétimo na hierarquia, começou a se destacar com seus inflamados discursos de pureza racial e de salvação da Alemanha. Hitler conclamou o povo a se livrar da ameaça judaica e propôs uma solução final para o que ele chamava de "problema judaico", na Alemanha: "Antissemitas do mundo, uni-vos! Povos da Europa, libertem-se!". Hitler propôs a remoção dos judeus da Alemanha.
Em 1921, Hitler formou um exército civil dentro do Partido, os SA (Sturmabteilung), com o objetivo claro de perseguir e reprimir todos aqueles que fossem contrários à ideologia do Partido. Os SA ficaram conhecidos como os "camisa marrom", em alusão à cor marrom do uniforme. Eles agiam como uma espécie de tropa de choque do Partido Nazista.
Nessa época, a suástica começou a ser usada como símbolo do Partido.
Os ataque antissemitas não cessaram!
Em 1922, o Ministro de Relações Exteriores alemão, Walther Rathenau, foi assassinado. Ele, que era judeu e militante do Partido Democrático, havia negociado um acordo com a União Soviética, era odiado pela extrema-direita. O assassinato de Rathenau foi muito bem recebido pelo partido de Hitler. Nas ruas, vozes conclamavam a derrubada do político "o sujo desgraçado lixo judeu". E foi isso que aconteceu.
Em 12 de novembro de 1923, numa tentativa frustrada de golpe Estado de Estado, liderada por Adolf Hitler. O líder foi preso, julgado e condenado. Em 1925, publicou o livro Mein Kampf - Minha Luta, onde, claramente , atacava os judeus, acusando-os, junto aos marxistas, de serem uma influência perigosa ao povo alemão. Hitler defendia a qualidade e a pureza do sangue ariano.
A juventude Hitlerista foi criada em 1926. O antissemitismo na Alemanha não foi feito por um único homem, mas, com o apoio ativo de seu povo, como vemos nos filmes históricos da época.
Já em 1930, o partido Nazista pulou de 12 para 107 cadeiras no Parlamento. Esse crescimento só validou as políticas anti-judaicas e os ataques antissemitas.
Nas eleições de 1932, o Partido passou a ter 230 cadeiras.
Quando Adolf Hitler foi nomeado chanceler alemão, em 1933, sedimentando práticas antissemitas, a vida dos judeus virou um verdadeiro "inferno". O campo de concentração de Dachau foi construído e a Gestapo, a polícia secreta, foi instituída, sendo responsável pela perseguição, tortura e morte de todos os oponentes da ideologia nazista.
Os judeus tiveram muitos de seus direitos básicos cerceados. Em 1934, Hitler assumiu definitivamente o poder e se autoproclama Fuhrer e Reichskanzler (chefe e chanceler do Reich). Em 1935 outorgou as Leis de Nuremberg e, com elas, a definição de quem é considerado judeu - aquele que tivesse, na sua ascendência, três avós judeus. Himmler, o arquiteto da Solução Final, assumiu a chefia da polícia política alemã. Para mortes em grande escala, novos campos de concentração foram construídos.
Em 1938, início da 2ª Guerra Mundial, Hitler pôs em prática a política de extermínio dos judeus.
Até aqui!
Vamos aos fatos!
A derrota alemã marcada pela assinatura do Armistício de Compiègne, em 1918, na França, determinou o fim das hostilidades entre o país e as tropas aliadas e, no ano seguinte, a assinatura do Tratado de Versalhes, também na França, que, ratificando o acordo anterior, deixou a Alemanha num caos econômico e social.
Basicamente, o Tratado de Versalhes impunha à Alemanha as seguintes condições:
1. A redução drástica de seu exército.
2. A devolução de parte de seu território a países fronteiriços.
3. O reconhecimento da independência da Áustria.
4. O pagamento de pesadas multas aos países vencedores da guerra.
As condições desfavoráveis deste Tratado à Alemanha, foi classificado pelos alemães de diktat, uma imposição, e fizeram brotar na população um sentimento de injustiça e humilhação.
Alheios à contribuição dos judeus nos fronts de guerra e ao engajamento dos mesmos na reconstrução do país, os alemães acusaram os judeus pelos males da guerra e do pós-guerra. Circulava na sociedade a "lenda da punhalada pelas costas", um mito criado no final da 1ª Guerra para "justificar" a derrota e o fiasco alemão. Segundo versava a lenda, o exército alemão permaneceu invicto no campo de batalha, até ser "apunhalado pelas costas por oposicionistas apátridas" - os judeus.
A propaganda maldosa surtiu efeito e sentimentos antissemitas se revelaram na prática.
Charge antissemita do mito da "punhalada pelas costas"
A política foi profundamente afetada pelo sentimento antijudaico, que imperava na época, o que fomentou o aparecimento de partidos radicais antissemitas, entre eles, o Partido Socialista dos Trabalhadores Alemães, o NSDAP, que, posteriormente, foi chamado de Názi, de Nazional, em referência às duas primeiras sílabas da primeira palavra da sigla.
Em linhas gerais, o Partido Názi (ista) preconizava o resgate das fronteiras perdidas na guerra e o ideal da Grande Alemanha. Ele excluía, terminantemente, os judeus como cidadãos do país. Já em 1920, uma das plataformas do Partido pregava que "ninguém que não seja membro da nação pode ser cidadão do Estado" - esse "ninguém" incluía sobretudo os judeus.
O referido Partido, que nos primórdios era "nanico", registrou um rápido crescimento, com a adesão de novos correligionários. O austríaco Adolf Hitler, sétimo na hierarquia, começou a se destacar com seus inflamados discursos de pureza racial e de salvação da Alemanha. Hitler conclamou o povo a se livrar da ameaça judaica e propôs uma solução final para o que ele chamava de "problema judaico", na Alemanha: "Antissemitas do mundo, uni-vos! Povos da Europa, libertem-se!". Hitler propôs a remoção dos judeus da Alemanha.
Em 1921, Hitler formou um exército civil dentro do Partido, os SA (Sturmabteilung), com o objetivo claro de perseguir e reprimir todos aqueles que fossem contrários à ideologia do Partido. Os SA ficaram conhecidos como os "camisa marrom", em alusão à cor marrom do uniforme. Eles agiam como uma espécie de tropa de choque do Partido Nazista.
Nessa época, a suástica começou a ser usada como símbolo do Partido.
Os ataque antissemitas não cessaram!
Em 1922, o Ministro de Relações Exteriores alemão, Walther Rathenau, foi assassinado. Ele, que era judeu e militante do Partido Democrático, havia negociado um acordo com a União Soviética, era odiado pela extrema-direita. O assassinato de Rathenau foi muito bem recebido pelo partido de Hitler. Nas ruas, vozes conclamavam a derrubada do político "o sujo desgraçado lixo judeu". E foi isso que aconteceu.
Em 12 de novembro de 1923, numa tentativa frustrada de golpe Estado de Estado, liderada por Adolf Hitler. O líder foi preso, julgado e condenado. Em 1925, publicou o livro Mein Kampf - Minha Luta, onde, claramente , atacava os judeus, acusando-os, junto aos marxistas, de serem uma influência perigosa ao povo alemão. Hitler defendia a qualidade e a pureza do sangue ariano.
A juventude Hitlerista foi criada em 1926. O antissemitismo na Alemanha não foi feito por um único homem, mas, com o apoio ativo de seu povo, como vemos nos filmes históricos da época.
Já em 1930, o partido Nazista pulou de 12 para 107 cadeiras no Parlamento. Esse crescimento só validou as políticas anti-judaicas e os ataques antissemitas.
Nas eleições de 1932, o Partido passou a ter 230 cadeiras.
ATÉ O HOLOCAUSTO
Os judeus tiveram muitos de seus direitos básicos cerceados. Em 1934, Hitler assumiu definitivamente o poder e se autoproclama Fuhrer e Reichskanzler (chefe e chanceler do Reich). Em 1935 outorgou as Leis de Nuremberg e, com elas, a definição de quem é considerado judeu - aquele que tivesse, na sua ascendência, três avós judeus. Himmler, o arquiteto da Solução Final, assumiu a chefia da polícia política alemã. Para mortes em grande escala, novos campos de concentração foram construídos.
Em 1938, início da 2ª Guerra Mundial, Hitler pôs em prática a política de extermínio dos judeus.
Até aqui!
CHEGANDO NOS "FINALMENTES"
Outro dia, li um post sobre a participação dos judeus na 1ª Guerra, que me levou a uma profunda reflexão. A publicação enfatizava que milhares de soldados judeus alemães, com certeza, lutaram (e mataram) soldados judeus franceses, e vice-versa. Estavam em lados opostos, eram patriotas defendendo seus países. Como bem escreveu Martin Gilbert, na obra Holocausto: "... judeus serviram em todos os exércitos: e em trincheiras opostas e de ambos os lados do arame farpado". Outros tantos foram condecorados por atos de bravura.
Apenas 20 anos depois, já na 2ª Guerra, os judeus encontraram-se do mesmo lado, nos campos de concentração.
Deixo as conclusões para vocês!
Deixo as conclusões para vocês!
Espero que tenham gostado.
Até a próxima!!!
Qualquer dúvida ou comentário entre em contato comigo
miriam.i.benzecry@gmail.com
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FONTES:
https://encyclopedia.ushmm.org/content/en/article/antisemitism-in-history-world-war-i
GILBERT, Martin. O Holocausto. São Paulo: Editora Hucitec, 2010.
GILBERT, Martin. O Holocausto. São Paulo: Editora Hucitec, 2010.
Muito importante sua reflexão..temos que nos unir sempre
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