sábado, 14 de março de 2020

A PESTE NEGRA

A ideia de escrever este post foi inspirada num Shabat Shalom que recebi na última sexta. Diferente das tradicionais chalot, vinhos, velas e flores, veio uma foto de alguém lavando as mãos (foto) - um lembrete aos cuidados atuais de higiene que devemos ter como precaução ao Corona Vírus.



Imediatamente relacionei a foto a dois assuntos:
1. Regras judaicas de higiene.
2. A peste negra.

REGRAS JUDAICAS DE HIGIENE

O Código de Leis Judaicas (Shulchan Aruch) enumera dezenas de casos e leis - halachá sobre as questões de higiene.

A começar pela lavagem ritual das mãos (Netilat Iadaim), obrigatória ao acordar, antes de rezar,  ao sair do banheiro, antes de comer, pegar no sapato, coçar a cabeça, pegar em partes cobertas do corpo, cortar unhas, etc.

No rol da leis de higiene encontram-se o uso de roupas limpas e banho, limpeza antes das tefilot e higienização de alimentos.

Antes de enterrar um morto, também é feita uma lavagem ritual.

A PESTE NEGRA

Em 1348 até 1951, a Europa foi invadida pela pandemia da peste negra.

A peste negra veio da China e de países mongóis! (Está espantado com essa informação?). A doença era chamada dessa forma, em virtude de causar grandes manchas negras na pele dos contaminados. Em um estágio posterior, vinham os inchaços em regiões de grande concentração  de gânglios do sistema linfático (bubões). Daí a origem do outro nome da doença - peste bubônica.

Hoje, sabe-se que a peste negra foi transmitida pelo bacilo Yersínia pestis, que se alojava em pulgas, que, por sua vez, picavam os ratos, que vieram nos porões dos navios mercantes que viajavam para a Europa, contaminando as fontes de água e o ar. Junte a informação às precárias condições higiênicas da população e das cidades, e a falta de conhecimento científico para o combate à doença.

Desta maneira, a peste negra se espalhou em grandes proporções pelos países europeus vitimando 25 milhões de pessoas.

OS JUDEUS E A PESTE NEGRA

Justamente por seguirem as regras da lavagem ritual das mãos e de higiene impostas pela halachá, os judeus foram atingidos pela doença em escala bem menor do que os nāo judeus. Cerca de 20% dos casos.

Tal disparidade nos números chamou a atenção da população não judia. Logo, encontraram um bode expiatório para a proliferação da doença: os judeus! E de nada adiantaram os apelos do Papa Clemente VI para que não atacassem os judeus.

CONSEQUÊNCIAS NEFASTAS

Milhares de judeus foram mortos em consequência dos violentos ataques; casas saqueadas; e, comunidades inteiras dizimadas.


  1. D-US NO COMANDO


Apesar da acusações absurdas que recairam sobre os judeus na época,  devemos estar conscientes de que elas não se limitaram somente à Idade Média - a Idade das Trevas, muito menos às massas ignorantes, conforme escrito na Hagadá de Pessach "Não somente um se levanta contra nós para nos destruir. Mas em cada geração tem quem se levanta contra nós para nos destruir. D-us nos salva das mãos deles".

Espero que tenham gostado.
Qualquer pergunta, podem escrever para o e-mail miriam.i.benzecry@gmail.com.br

Até a próxima!









Um comentário:

Obrigada pelo comentário.