As informações, procedentes da Universidade Hebraica de Jerusalém, computam 14,7 milhões de judeus. Destes, 6,6 milhões, em Israel e 5,7 milhões, nos Estados Unidos. Em terceiro, quarto e quinto lugares, com números bem inferiores, vem a França, o Canadá e o Reino Unido. A referida instituição traz ainda a taxa de crescimento dos judeus, na casa dos 0,7%, inferior à taxa de crescimento populacional global, de 1,1%.
Os números consideram qualquer indivíduo que se julgue judeu.
A título de informação, até para que tenhamos alguns parâmetros comparativos, a Revista Exame, de junho de 2013, publicou uma reportagem (com o sugestivo título "Há menos judeus do que em 1938, 70 anos após o Holocausto"), onde informa, em nome do demógrafo e pesquisador italiano, também da Universidade Hebraica de Jerusalém, que, antes da Segunda Grande Guerra Mundial (1939), o número de judeus girava em torno dos 16,5 milhões. Em 1945, ano do final da Guerra, este número baixou para 11 milhões. (O Holocausto vitimou 6 milhões de judeus, destes, mais de um milhão de crianças).
Segundo o Museu do Holocausto de Washington, quando os nazistas assumiram o poder, em 1933, havia judeus em todos os países da Europa. Cerca de 9 milhões de judeus viviam em países que seriam afligidos com a ocupação nazista. Na época, as maiores comunidades estavam localizadas no leste europeu, em países como Polônia, União Soviética, Hungria e Romênia, seguidas pelas comunidades da Europa Central (Alemanha, França, Itália, Holanda e Bélgica).
Não podemos deixar de fazer um tributo ao Judaísmo europeu, devastado pelos assassinatos em massa e pelo confisco e pela destruição de seu patrimônio. Lojas, Sinagogas, Ieshivot (Academias de estudo da Torá), queima de livros e cemitérios depredados. Nada escapou à furia nazista.
O MILAGRE DA ETERNIDADE DO JUDEU
A bênção acima recebida por Abraão, chamada na Torá de Birkat Hazêra (Bênção da Descendência), trata da continuidade (e, porque não, da eternidade) do povo judeu. Assim como não é possível contar as estrelas dos céus, D-us prometeu a Abraão que seus descendentes, serão tão numerosos, que não poderão ser contados.
O povo judeu começou muito pequeno - era apenas uma família - a família de Abraão. Quando desceram para o Egito, chefiados por Yaakov (Jacó), o terceiro patriarca, neto de Abraão, ainda somavam 70 pessoas. Cerca de 120 anos depois, quando foram escravizados, a proliferação dos judeus no Egito chamou a atenção do Faraó, que os considerou uma potencial ameaça à integridade territorial do Egito: "Os filhos de Israel estão se tornando muito numerosos e fortes" (Êxodo 1:9). Pelo menos foi essa a desculpa que o Faraó usou para justificar a escravização dos judeus! Por ocasião da saída do Egito, 210 anos depois de sua chegada, já eram milhões.
Nesses quase três mil e novecentos anos de existência, desde Abraão, os judeus foram vítimas de exílios, perseguições, discriminações, pogroms e holocaustos. A despeito de tudo e de todos, sobreviveram e superaram as crises e as opressões. Surgiram e ressurgiram das cinzas.
Num dos primeiros posts deste blog, discorri, especificamente, sobre a maravilha da eternidade do povo judeu. (Vale a releitura desse post!). Sobre este assunto, o escritor e pensador americano Mark Twain (1835 - 1910) escreveu:
"Os egípcios, os babilônios, os persas ascenderam, encheram o planeta com ruído e esplendor e, em seguida, o seu sonho se enfraqueceu e eles se extinguiram. Outros povos surgiram e levantaram a sua tocha durante um tempo, mas se extinguiram e eles estão na penumbra hoje em dia ou desapareceram. O judeu viu a todos, enganou a todos, e ele é atualmente o que ele sempre foi, sem externar sinais de decadência, sem o abatimento da velhice, sem enfraquecimento das suas partes, sem minguar a sua energia, sem debilitar a sua mente alerta e dinâmica. Tudo é mortal, exceto o judeu. Todas as outras potências desapareceram, mas ele permanece. Qual é o segredo da sua imortalidade?"
Já o convicto católico Leon Tolstoy, em 1908, disse:
"O judeu é o emblema da eternidade. Ele, que nem o massacre, nem a tortura de milhares pode destruir, ele, que nem o fogo, nem a espada, nem a Inquisição foi capaz de eliminar da face da Terra. Ele, que foi o primeiro a apresentar a Revelação Divina, ele que, por tanto tempo, foi o guardião da profecia e que a transmitiu ao resto do mundo. Esta nação não pode ser destruída. O judeu é perpétuo como a própria eternidade".
A bem da verdade, a perenidade do povo judeu é, ainda, fonte de estudos e de uma grande interrogação para muitos estudiosos. Mas, nem tanto para os próprios judeus, que testemunharam ao longo da História muitas tentativas de exterminação, conforme traz a Hagadá de Pessach: "Não somente um (povo) se levantou contra nós (judeus) para nos aniquilar. Mas, em cada geração houve quem tentasse ...".
A historiadora canadense Josephine Bacon complementa que "a sobrevivência do povo judeu através dos tempos tem sido um fenômeno extraordinário e sem paralelo" (Atlas Ilustrado da Civilização Judaica, 1990).
Acreditando ou não, a Benção da Descendência vem se concretizando pelo tempo, mantendo os judeus e, apesar de seguirem na contramão do que seria o curso natural da História, os judeus permaneceram e continuam a escrever a sua História.
Espero que tenham gostado!
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Até lá!
FONTES: