segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

GUIDON BEN YOASH



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INTRODUÇÃO E CONTEXTO

Yehoshua (Josué), o sucessor de Moshê (Moisés) morreu aos 110 anos. Sem deixar um líder que unificasse o povo, teve início o Período histórico dos Juízes - Tekufat Hashoftim. Os Shoftim eram, em geral, os mais importantes de suas tribos e, tinham, basicamente, três funções:

1. Ensinar a Torá para o povo e, aqui, se inclui, julgá-lo com sabedoria e justiça.
2. Liderar as guerras e libertar o povo das mãos dos inimigos.
3. Rezar pelo povo.

O período dos Shoftim durou cerca de 335 anos e, teve como característica o círculo recorrente de "descidas" e "subidas" espirituais que começava com um período de calmaria. O povo de Israel transgredia as leis da Torá, como consequência, era atacado por um inimigo. Arrependido, se comprometia com as leis da Torá. D-us, então, mandava um líder, o Shofet, que os conduzia à vitória sobre o inimigo. Um novo período de tranquilidade reinava até que um novo ciclo retomasse.

Vale ressaltar que, o convívio maléfico do povo de Israel com os idólatras cananeus que permaneceram na Terra de Israel, influenciou negativamente a conduta do povo. Este fato foi bem enfatizado logo nos primeiros capítulos do livro de Shoftim , o segundo, na ordem dos livros dos Profetas (Neviím), escrito por Shmuel (Samuel), o último Shofet do período.

O povo de Israel teve como principais inimigos:
1. Os cananeus.
2. Os povos do deserto e os zuzim: midianitas, amalequitas, benê-kedem, amonitas e filisteus.

Ao todo, 15 Shoftim lideraram o povo de Israel.

Shofet (Juiz) é a forma singular da palavra Shoftim (Juízes).

O post da semana fala sobre o Shofet Guid'on ben Yoash (Gideão), talvez pouco conhecido, mas que teve grande destaque dentre os Shoftim.

GUID'ON BEN YOASH - IERUBAAL

Da tribo de Menashê, Guid'on nasceu num período crítico para o povo. Israel estava sob domínio dos midianitas por longo sete anos. Como os israelitas não tinham um exército para enfrentar os constantes ataques dos midianitas, eles se protegiam construindo túneis, cavernas e fortificações.

Os midianitas não tinham a intenção de subjugar o povo, mas destruí-lo materialmente. Assim, quando os israelitas semeavam, eles vinham e destruíam tudo o que tinha pela frente: plantação, gado e tendas. A família de Guid'on (como todas as outras) foi afetada por tais incursões. E foi quando estavam escondidos malhando trigo, o anjo de D-us apareceu e incumbiu Guid'on de lutar contra os midianitas.

A princípio Guid'on duvidou da fala do anjo, por várias razões. Sua família era a mais pobre de toda a tribo de Menashê, ele era o caçula dentre os irmãos e pertencia a uma família de idólatras. Mesmo que discordasse das ideias idólatras, Guid'on não se sentia apto para desempenhar função tão distinta.

Depois ter dado um sinal que era um emissário de D-us, o anjo desapareceu. D-us apareceu para Guid'on e lhe ordenou que destruísse o altar de idolatria que pertencia ao próprio pai. Guid'on obedeceu, demonstrando muita coragem, pois teve que enfrentar a ira dos habitantes do local.

Este fato marcou sua primeira batalha e vitória, não sobre um inimigo físico, mas sobre as fraquezas espirituais do povo, começando dentro de sua própria casa. Guid'on construiu um altar para D-us e ofereceu-Lhe sacrifícios. Diante da bravura foi chamado de Ierubaal - "Que Baal (idolatria cananeia) dispute contra ele por ter derrubado seu altar". Em outras palavras, se o Baal é realmente deus, que ele mesmo se vingue de Guid'on.

Guidon pediu sinais para D-us que ele era o escolhido para salvar o povo das mãos dos midianitas. E, assim, assumiu a liderança do povo.


QUALIDADE E NÃO QUANTIDADE

Cerca de 32 mil homens das tribos de Menashê, Asher, Naftali e Zevulun se reuniram em volta de Guid'on formando um grande exército. Mas não era só uma questão de quantidade, o exército precisava de homens de qualidade. D-us queria fazer o milagre com poucos homens. Obedecendo a uma ordem divina Guid'on proclamou que quem estivesse com medo que voltasse à sua casa.

Sobraram 10 mil homens.

D-us mandou que os homens remanescentes descessem ao rio para beber água. Guid'on saberia quem estava apto para a guerra contra os midianitas pela forma como bebiam água. A saber:

Aqueles que se prostravam (para beber água) eram descartados. Por dois motivos: 1. Descuido - já que necessariamente teriam que colocar suas armas de lado para beber água, demonstrando que preferiam a comodidade ao beber água ao fato de estarem alertas para a guerra. Um soldado tem que estar sempre alerta empunhando sua arma. 2. Idolatria - quem se ajoelhava demonstrava que fazia idolatria, pois esta era a maneira de idolatrar os ídolos da época.

Quem então estava apto?

Aqueles que se agachavam e com uma mão seguravam a arma e com a outra, levavam a água até a boca, bebendo-a como um cachorro bebe água. Sobraram 300 homens!



Guid'on e seus 300 homens na tela de Gustave Doré - 1866

ESTRATÉGIA DE GUERRA

O exército de Guid'on foi divididos em 3 grupos de 100 soldados postados pelos lados norte, sul e oeste ao redor do acampamento midianita. Deixaram o lado leste (em direção ao Jordão) "livre". Cada soldado carregava um shofar e um cântaro com um tocha dentro.

Guidon e seu grupo aproximaram-se do acampamento. Com gritos de guerra, tocaram os shofarot com a mão direita e quebraram os cântaros, segurando com a mão esquerda as tochas. Assim fizeram os outros dois pelotões. Os midianitas acordaram assustados e puseram-se a fugir.

Os homens da tribo de Efraim foram convocados a capturar os midianitas que fugiram pela direção oeste. Os príncipes midianitas Orev e Zeev foram mortos.

UMA VITÓRIA PRECISA SER COMPLETA

Existia grande possibilidade dos midianitas se recomporem da derrota e novamente subirem para destruir as plantações do povo de Israel, por isso Guid'on atravessou com seus homens o rio Jordão perseguindo os midianitas até o coração do deserto.

Guid'on enfrentou com sabedoria a resistência da tribo de Efraim, que, por serem da tribo de Yehoshua achavam-se merecedores da honra de comandar a guerra contra Midian (em vez, de um jovem desconhecido da tribo de Menashê).

Na perseguição contra os midianitas, os habitantes de Sukot e Penuel se recusaram a ajudá-los com pão para saciar a fome. Eles não acreditaram que Guid'on pudesse vencer os midianitas dentro do território deles e temeram a represália dos midianitas. Guid'on matou os reis de Midian e os derrotou completamente. Na volta vingou-se de Sukot e Penuel.

O povo de Israel ofereceu pela primeiríssima vez a coroa de rei para Guid'on, que a recusou, alegando que D-us reinará sobre eles. Os israelitas viveram em paz na época de Guid'on por 40 anos.


Espero que tenham gostado.

Até a próxima!!

BIBLIOGRAFIA

Livro de Shoftim
Our people (Jacob Isaacs)
Meam Loez (Shoftim)




















Um comentário:

Obrigada pelo comentário.